Corpos de vítimas de acidente serão identificados por exames de DNA
Segundo peritos, impacto da queda e explosão dificultam reconhecimento.
Avião de pequeno porte caiu perto de pista de resort, em Trancoso
Agentes do Departamento de Polícia Técnica de Porto Seguro trabalham, neste sábado (23), na retirada dos corpos das vítimas dos destroços do avião que caiu em Trancoso, na Bahia. Os corpos serão encaminhados primeiramente para o órgão em Porto Seguro para identificação preliminar e, depois, para a sede em Salvador, onde serão submetidos a exames de DNA e análise de arcada dentária.
Segundo os peritos, não é possível contabilizar o número de mortos porque os corpos ficaram muito destruídos com o impacto e com a explosão. A remoção das vítimas deve ser concluída até o início da tarde. Não houve sobreviventes nem feridos em terra e os bombeiros estimam que o número de mortos varia entre 11 e 15 pessoas.
Equipes do Corpo de Bombeiros permaneceram no local durante toda a madrugada e colaboram na remoção dos corpos das vítimas.
O acidente ocorreu na noite de sexta-feira (22). O avião decolou de São Paulo às 18h30, e caiu pouco depois de 21h, próximo da pista de pouso de um resort.
Antes do acidente, o piloto chegou a entrar em contato com a torre de comando pedindo autorização de pouso, mas o avião explodiu ao cair a 200 metros de uma das laterais da pista. Após o acidente, os bombeiros levaram mais de duas horas para apagar o fogo.
O piloto da aeronave era Jorge Lang Filho, de 56 anos, considerado muito experiente pelos colegas. O filho dele piloto chegou de São Paulo ainda de madrugada para ajudar nas investigações.
Investigações
O tenente- coronel aviador João Bieniek, integrante da equipe que vai investigar as causas do acidente, afirmou que a retirada dos corpos não prejudica o trabalho da Aeronáutica. De acordo com Bieniek, os técnicos do Seripe devem chegar ao local somente na tarde deste sábado.
“Nosso objetivo é fazer uma investigação para fins de prevenção. Provavelmente, haverá também uma investigação paralela da polícia para fins penais”, afirmou Bieniek.
Empresário
A aeronave de prefixo PR-MOZ, pertencia ao empresário Roger Wright, proprietário da empresa Arsenal Investimentos e ex-diretor do Banco Garantia. As primeiras informações são a de que ele, a mulher, Lucilia Lins, e os dois filhos estavam a bordo do avião.
De acordo com a Aeronáutica, a aeronave havia acabado de passar pela inspeção anual de manutenção.
A primeira mulher de Roger Wright morreu no acidente com o Fokker 100 da Tam, no ano de 1996. Barbara Cecilia Luchsinger Wright estava entre os passageiros do voo 402, que caiu minutos após a decolagem no aeroporto de Congonhas, em São Paulo.
Noventa passageiros, seis tripulantes e três pessoas em terra morreram após a queda sobre casas no Bairro do Jabaquara, Zona Sul da capital paulista.
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Hospital diz que 11 feridos durante tumulto em rodeio receberam alta
Quatro pessoas morreram após darem entrada no hospital municipal.
Tumulto ocorreu antes de show durante a madrugada deste sábado
O Hospital Municipal Walter Ferrari disse na manhã deste sábado (23) que recebeu 15 pacientes que ficaram feridos em um tumulto ocorrido durante a madrugada no Rodeio de Jaguariúna, a 123 km de São Paulo. Quatro pessoas morreram e, segundo o hospital, os outros 11 feridos receberam atendimento e já foram liberados.
As mortes ocorreram por causa de um tumulto na abertura dos portões para o show da dupla João Bosco e Vinícius. Três mulheres e um homem morreram, segundo a polícia. A informação inicial era de que duas mulheres que morreram moravam em Campinas e a outra em Cosmópolis. O homem estava sem documentos e ainda não havia sido identificado na manhã deste sábado.
Segundo a assessoria do Rodeio de Jaguariúna, o tumulto começou pouco depois da meia-noite em um dos portões que dá acesso à arena. As quatro pessoas que morreram foram pisoteadas. Elas foram atendidas, segundo a organização, por uma equipe de 23 profissionais, entre médicos e enfermeiros, que trabalham no evento. Os corpos estavam no Hospital Municipal Walter Ferrari e deveriam ser levados nesta manhã para o Instituto Médico-Legal (IML) de um município vizinho.
A organização do rodeio diz que poucas pessoas ficaram feridas. Equipes que trabalham no evento estavam no local na manhã deste sábado para apurar as causas do tumulto. Segundo a assessoria do rodeio, foram vendidos 26 mil ingressos para o show de sexta-feira (22) e a organização tem um alvará que libera até 30 mil pessoas no local. A perícia levou o equipamento que faz a contagem do público.
O rodeio ocorre na beira da SP-340, que liga os municípios de Campinas e Moji-Mirim. A assessoria informou que, apesar do tumulto, o show da dupla aconteceu na arena. O rodeio, no entanto, terminou mais cedo. Até esta manhã, estavam mantidos os shows da dupla Victor e Leo neste sábado (23) e de Roberto Carlos no domingo (24).
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Polícia detém jovem suspeito de atirar em menina de 8 anos em Rio Claro
Adolescente estava escondido em casa de Dracena, no interior de SP.
Criança levou tiro na cabeça e teve a morte cerebral decretada.
A polícia deteve na manhã deste sábado (23) em Dracena, a 634 km de São Paulo, o jovem suspeito de atirar na menina Gabriela Nunes de Araújo, de 8 anos, durante um assalto a um condomínio de luxo em Rio Claro, a 173 km da capital paulista. A criança teve a morte cerebral decretada na quinta-feira (21) no Hospital Albert Einstein, na Zona Sul de São Paulo.
O adolescente foi localizado por volta das 6h deste sábado na casa de parentes do homem com quem teria assaltado a casa da criança, na terça- feira (19). O delegado-titular da Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Rio Claro, Paulo Nabuco, e mais 11 policiais foram a Dracena com mandados de prisão, apreensão e busca.
Ao perceber a presença dos policiais, o jovem fugiu pelo telhado, pulou sobre algumas casas, e acabou caindo. Ele foi detido, teve ferimentos leves, passou por atendimento médico e acabou levado para a delegacia de Dracena. A polícia ainda está à procura do outro suspeito.
Entrada facilitada
A polícia suspeita que a entrada dos criminosos no condomínio em que a criança morava foi facilitada. Vigilantes e funcionários da empresa responsável pelos serviços de segurança do condomínio foram ouvidos pela polícia. O delegado Paulo Nabuco acredita que os criminosos conheciam a rotina da família e planejaram o assalto. "Dificilmente alguém iria invadir um condomínio com uma cerca elétrica exposta sem imaginar que ela não estava funcionando", disse.
O delegado confirmou ainda que o tiro que atingiu Gabriela não foi acidental e que os criminosos fugiram levando joias e dinheiro. A polícia também sabe que o disparo que atingiu a criança foi feito pelo adolescente identificado pela babá da menina. "O adolescente infrator que foi reconhecido como o autor do disparo contra a garota já foi apreendido pela Polícia Militar no dia 29 de janeiro deste ano, juntamente com outras quatro pessoas com três armas e cinco capuzes de lã pretos", afirmou o Capitão da Polícia Militar Rodrigo Arena.
Gabriela foi baleada na cabeça na terça-feira (19). Os dois criminosos pularam o muro e invadiram a casa onde estavam ela, a irmã gêmea e a babá. Durante o assalto, o alarme disparou e um dos assaltantes atirou.
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Conheça os bastidores sigilosos da correção das provas da Unesp
Só os familiares mais próximos do corretor sabem do seu trabalho.
Professores da rede pública também são convidados para banca
Um corretor de vestibular só pode contar sobre o seu trabalho no máximo para os familiares mais próximos. No local de trabalho, o assunto é proibido. Dar aula em cursinho pré-vestibular então, nem pensar. O sigilo que envolve a correção de provas é uma das principais preocupações das universidades para evitar fraudes.
Sob a condição de anonimato, um professor da Universidade Estadual de São Paulo (Unesp) contou ao G1 os bastidores das cerca de duas semanas em que dura a correção das provas discursivas.
“Só o pessoal da minha casa sabe que corrijo provas”, diz ele, que dá aula de língua portuguesa num campus da Unesp no interior de São Paulo e desde 1997 participa das bancas da universidade. Antes disso, ele fez parte da equipe de corretores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) por dois anos.
A escolha dos corretores é feita pelos coordenadores das bancas, indicados anualmente pela direção da Fundação Vunesp, que aplica as provas. Há três perfis de avaliadores: professores da própria instituição, alunos de pós-graduação e professores da rede pública.
No caso da banca de português, todos devem trabalhar na área e ter feito curso de letras, além de ter experiência em sala de aula. “Não posso chamar um professor que está começando agora. Precisamos de pessoas experientes.” O corretor também não pode ter parente próximo prestando vestibular.
A contratação envolve a assinatura de um contrato como autônomo, mas o corretor não fica com uma cópia. “Pela questão do sigilo, não podemos dar nenhum documento comprobatório. E, se a pessoa pede uma declaração para comprovar no currículo ou prestar um concurso, nós damos esse documento, mas a pessoa deixa de ser convidada para as próximas bancas. Não podemos correr nenhum risco. O sigilo é fundamental para a credibilidade”, afirma ele.
Nos dois últimos vestibulares de fim de ano da Unesp, ele coordenou 45 corretores da banca de língua portuguesa e redação da área de biológicas, que concentra o maior número de candidatos _no ano passado, foram cerca de 29 mil candidatos. “Ainda não sei neste ano se irei coordenar, porque o convite é feito quase uma semana antes das provas como mais uma garantia de sigilo. Se a equipe dá certo, é mantida.”
Locais diferentes
Apesar da mudança no vestibular 2010, que passou eliminou a divisão por disciplinas das questões, o esquema de correção será o mesmo. O vestibular também passou de uma fase única em três dias para duas fases em três dias. O primeiro dia de provas continuará sendo em formato de testes. A folha de respostas com 90 testes passa por uma máquina de leitura ótica.
No primeiro dia da segunda fase, serão aplicadas 24 questões discursivas (12 de ciências da natureza e matemática e 12 de ciências humanas). No segundo dia, serão 12 questões discursivas de linguagens e a redação.
As bancas que funcionam em locais e até cidades diferentes _no ano passado, por exemplo, foram quatro. Os corretores ficam em um lugar reservado. São oito horas diárias de serviço.
Redação
Para a correção da redação, os avaliadores passam por um treinamento de dois ou três dias, conforme a necessidade, para garantir que está todo mundo está usando os mesmos critérios. Eles são divididos em salas separadas e a redação passa por duas pessoas diferentes sem que uma saiba a identidade da outra. Se houver discrepância de dois pontos ou mais entre as notas, a redação passa por um terceiro corretor.
Não existe uma meta de correção por equipe. “Pressa não combina com qualidade. Temos que respeitar a individualidade. Ninguém ganha por produção”, afirma.
Confira o passo-a-passo do treinamento dos corretores da redação:
1 – A prova de redação é lida por todos os corretores
2 – Cada corretor faz a sua própria redação para que ele passe pela mesma experiência dos alunos
3 – Há uma discussão para construir os parâmetros de correção. Como a banca corretora não sabe quem elabora o exame, os corretores não têm acesso às suas expectativas
4 – São selecionadas umas 200 redações com perfis diferentes, umas boas e outras ruins, para a banca ler
5 – Após essa primeira leitura, avalia-se se é preciso abaixar ou subir as expectativas e mudar algum critério
6 – São selecionadas algumas redações e há uma correção simulada. Todos corrigem as mesmas redações e as notas são checadas. Se houver muita discrepância, há uma nova discussão
“O fato de termos professores da rede pública na banca ajuda no momento de construir esses critérios porque são essas pessoas que estão em mais contato com o aluno que sai do ensino médio”, afirma o corretor.
Para dar uma nota zero, mesmo que os dois corretores tenham dado essa nota, vai para a terceira correção. Até para entender letra ruim há um esforço. “Às vezes, precisamos fazer uma junta de corretores para ler o texto de um candidato, mas tentamos de toda maneira não prejudicá-lo”, afirma.
Tanto as redações como as provas não são identificadas pelo nome do candidato, apenas pelo número de inscrição. Da mesma maneira, os corretores também não podem deixar marcas nas provas.
Questões
No caso da correção das questões, os corretores primeiro resolvem a prova por conta própria. Em seguida, há uma discussão sobre o que se deve esperar das respostas. Essa expectativa é então comparada com o gabarito fornecido pela banca.
“Analisamos se o gabarito atende às expectativas e fazemos então uma correção simulada para fazer ajustes porque pode acontecer de, além da resposta da banca, haver mais uma possibilidade”, diz. Com a definição do que é correto, aceitável como meio certo e o errado, os corretores começam o seu trabalho.