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sábado, 18 de julho de 2009

Em entrevista ao site O Fuxico, Tiago Santiago diz que Silvio Santos tem ótimo raciocínio lógico e matemático

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É preciso ter coragem, para correr riscos. Mas isso, o novelista Tiago Santiago tem de sobra. Após duas décadas na Globo, ele mudou-se para a Record, ajudando na construção do núcleo de teledramaturgia da emissora, onde assinou quatro de suas maiores audiências. E como O Fuxico já contou, na sexta-feira (10) o dramaturgo assinou contrato de quatro anos com o SBT, prometendo ajudar Silvio Santos a recuperar a vice- liderança perdida para o canal de Edir Macedo.

Nesta entrevista a O Fuxico, Santiago conta que se sentia desprestigiado na Record, dá detalhes de seu encontro na mansão de Silvio Santos, em São Paulo, e ainda que a Record não quis cobrir a oferta. Confira!

O Fuxico: Como foi seu encontro com Silvio Santos? Que impressão teve dele?

Tiago Santiago: Excelente. Ele já queria me contratar desde 2005. Agora chegou o momento. Fui recebido por ele em seu escritório, em sua casa. Conversamos muito sobre nossas experiências em novelas e traçamos planos excelentes. Tive dele a melhor impressão possível, por sua educação, sua inteligência, sua extraordinária lucidez. Fez contas difíceis de cabeça e mostrou grande capacidade de raciocínio lógico e matemático. Já era seu admirador e me tornei ainda mais, após ser contratado por ele.

OF: O que realmente o motivou a mudar de canal?

TS: Sempre serei grato à Record pelas oportunidades e sucessos que tive lá. O problema começou com meus pedidos, que não foram atendidos nos últimos cinco anos. Por exemplo: um programa que celebre os artistas, como o Vídeo Show ou o Arquivo Confidencial da Globo, melhor divulgação para os artistas e as novelas.

OF: Você também estaria insatisfeito com a falta de prestígio como consultor de novelas…

TS: E é a pura verdade. Houve decréscimo de investimento em elenco e cenários. Além disso, o horário de Promessas de Amor piorou e mudou, continuamente. Eu queria colocar a novela às 21h30, por exemplo, 20 minutos, meia hora mais tarde, e não fui atendido. Isso afetou minha retirada média, que variava com a audiência.

OF: A proposta financeira do SBT foi bem superior ao que recebia na Record?

TS: Sim. Aliás, minha base salarial estava muito defasada. O Silvio Santos tratou pessoalmente comigo, com muito mais educação, valorizou mais meu trabalho… Então, senti que era minha hora de mudar de canal.

OF: Não tem medo que esse convite seja só uma estratégia para desestabilizar a Record?

TS: Não. Sei que isso aconteceu bem na hora em que começou a guerra entre SBT e Record, por causa da saída do Gugu (Liberato). Mas, o Silvio Santos é um homem extraordinariamente inteligente e sabe que terá agora a oportunidade de montar uma fábrica brasileira de novelas de sucesso.

OF: Que garantias o Silvio Santos lhe deu?

TS: Ele me prometeu um orçamento fantástico para produzir novelas competitivas. Além disso, receberei parte do salário em luvas… A Record teve chance de cobrir a oferta e não quis…

OF: Quando você conversou com a direção da Record?

TS: Na véspera do meu encontro com o Silvio, e fui pressionado a assinar naquele mesmo dia um contrato de cinco anos. Isso, sem que meus pedidos fossem atendidos, como por exemplo: reposição da inflação por um índice como o IPC e uma base consideravelmente maior, para não ter queda brusca quando estivesse entre uma novela e outra etc. Falei da proposta do SBT e a Record não quis cobrir, apesar de todo o milionário valor que o sucesso das novelas brasileiras agregou à emissora.

OF: O SBT também planeja contratar artistas, para ampliar seu cast?

TS: Sim. E tenho certeza que a minha vinda abrirá a porta para a contratação de grandes astros. Ainda não posso falar quem está na minha mente, para não precipitar ofertas das outras emissoras. Queremos trazer profissionais que fizeram novelas na Globo. O mercado é muito grande e está em polvorosa, com minha ida para o SBT.

OF: A quem você responderá: a Íris Abravanel ou ao Del Rangel, diretor de teledramaturgia?

TS: Silvio Santos me ofereceu a oportunidade de falar com ele, sempre que precisar. Mas, sei que vou trabalhar também com Leon Abravanel, diretor do SBT Produtora, e com Del Rangel, diretor de Teledramaturgia. A Íris e eu assinaremos novelas diferentes. Porém, eu a conheci e tive a melhor impressão possível dela.

OF: Como assim?

TS: Fiquei feliz ao notar o quanto ela é uma novelista entusiasmada, apaixonada por novelas brasileiras e apoia a retomada da teledramaturgia nacional no SBT. Este projeto já nos uniu e senti que teremos excelente relacionamento. Adorei saber que, antes mesmo da minha contratação, foram tomadas medidas sérias para a teledramaturgia do SBT, como a compra do acervo de Janete Clair e obras de Vicente Sesso.

OF: Você vai assinar tramas autorais ou adaptar alguma dessas histórias consagradas?

TS: Tenho liberdade para propor o que desejo fazer. Sinto que o Silvio Santos confia em mim. Ainda vou pensar sobre o assunto.

OF: Mutantes dividiu opiniões na primeira fase, mas atingiu ótimos índices. O que Silvio Santos achou dessa história?

TS: Ele gostou desse trabalho e disse que foi bem realizado. Silvio elogiou, de modo geral, o trabalho que desenvolvi na Record, desde 2004.

OF: Nos anos 90, o SBT fez bons remakes, mas desistiu de investir na área. Não tem medo que repita o erro?

TS: Silvio Santos sempre investiu em novelas mas, ao longo da sua história, teve dificuldades para contratar bons novelistas brasileiros. A meu ver, esta é a mola mestra que levará o SBT a novos e mais altos voos de audiência.

OF: Você está torcendo para que o diretor Alexandre Avancini também vá para o SBT?

TS: Claro! Vou adorar quando puder renovar minha parceria com ele, e espero que isso aconteça em um futuro próximo. Alexandre é um grande diretor, que superou seu pai, Walter Avancini. Se vier, será um reforço maravilhoso para o SBT.

OF: Essa troca de emissora exigirá uma mudança de cidade?

TS: A princípio, vou ficar na ponte-aérea, porque minha família está no Rio, inclusive meu filho pequeno. Conheço bem São Paulo desde 1977, onde trabalhei durante várias épocas. Fiz peça com Marília Pêra, em 1983; escrevi com o Carlos Lombardi, em 2001. A Escrava Isaura, minha primeira novela como autor titular, foi gravada na cidade entre 2004/2005. Depois veremos.