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quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

cobertura total do carnaval


Somos o primeiro blog que fala da tv que faz uma cobertura de carnaval é gente o carnaval vem ai é nós vamos fazer a cobertura total dos principais carnavais do brasil vamos falar das escolas de sanba do rio é são paulo de os trios eletricos de salvador é o carnaval de rua de recife é além de outras capitais do brasil.

é só pra começar..........

carnaval 2009
escolas de sanba do grupo especial do rio de janeiro
CARNAVAL 2009

ORDEM DE DESFILE DO GRUPO ESPECIAL

Horário
Domingo (22/02/2009)
Segunda-Feira (23/02/2009)

Às 21 h
1ª – Império Serrano
1ª – Porto da Pedra

Entre 22h05 e 22h20
2ª – Grande Rio
2ª – Salgueiro

Entre 23h10 e 23h40
3ª – Vila Isabel
3ª – Imperatriz Leopoldinense

Entre 0h15 e 1 h
4ª – Mocidade Independente
4ª - Portela

Entre 1h20 e 2h20
5ª – Beija-Flor
5ª - Mangueira

Entre 2h25 e 3h40
6ª – Unidos da Tijuca
6ª - Viradouro


escolas de sanba grupo especial sabendo um pouco mais
imperio serano
Presidente de Honra Sebastião de Oliveira, Molequinho
Presidente Humberto Soares Carneiro
Quadra Av. Ministro Edgard Romero, 114 - Madureira - Rio - RJ - CEP 21350-300
Telefone Quadra (21) 2489-8722 / 2489-9656
Barracão Cidade do Samba (Barracão nº 07) - Rua Rivadávia Correa, nº 60 - Gamboa - CEP: 20.220-290
Telefone Barracão (21) 2518-3318
Carnavalesco Márcia Lávia
Enredo “A Lenda das Sereias e os Mistérios do Mar".
Cores Verde e branco
Imprensa Cássia Valadão 21.8276-4971 - cassiavaladao@gmail.com /
Diego Mendes 21.7894-4345 e 8223-0968 - diegomendesbr@yahoo.com.br
Internet www.imperioserrano.art.br


“A Lenda das Sereias
e os Mistérios do Mar”



O mar sempre exerceu sobre o ser humano o sentimento de medo e de fascínio. Sempre permaneceu como um convite à contemplação ou ao impulso para a aventura. Do mar nascem histórias e lendas, mitos que povoaram a imaginação e deram à vida o sentido da beleza, da conquista e do arrebatamento diante do grande mistério.

Mar, misterioso mar. O que faz o Império te cantar?

Mais uma vez, empurrados pela força das águas, nós abraçamos este mundo líquido em constante movimento.

Tocados pelo que o mar mostra na sua superfície azul e pelo que o mar esconde em seu quintal profundo. Aqui está nossa reverência. Conchas e peixes, sereias e tesouros, mitos e crenças, tudo vem dar à praia. Nas ondas, nos casos, na prosa enredada dos pescadores. Mistérios que vêm à luz.

A inconstância do mar é a inconstância do homem. Fluxo e refluxo, movimento das marés, tormenta e calmaria, tal e qual em nossas vidas se alteram os humores.

Navegar é abrir caminhos, romper fronteiras, ganhar espaço. O Império Serrano, com leme e timão, vai a favor da correnteza, segue o destino das águas em busca do porto seguro, seu lugar merecido.

A releitura do enredo “A Lenda das Sereias e os Mistérios do Mar” conduz a nau imperiana por um universo de encanto e beleza, elemento que se une ao momento favorável que o Império Serrano vive.

A garra e o ímpeto de seus componentes, somados à força e à presença que o mar representa, serão com certeza a combinação perfeita para uma navegação segura, rumo a um carnaval vitorioso.

Alcemos as velas ao mar...

confira o sanba enredo 2009


grande rio
Presidente de Honra JAIDER SOARES
Presidente HÉLIO RIBEIRO DE OLIVEIRA
Quadra Rua Wallace Soares, 5 e 6 – Duque de Caxias - RJ - CEP

Telefone Quadra (21) 2771-2331
Barracão Cidade do Samba (Barracão nº 04) - Rua Rivadávia Correa, nº 60 - Gamboa - CEP: 20.220-290
Telefone Barracão (21) 2276-2900
Carnavalesco Cahê Rodrigues

Enredo "Voila, Caxias! para sempre Liberté, egalité, fraternité, merci beaucoup, Brésil! Não tem de quê!".

Cores Vermelha, verde e branca
Internet www.academicosdogranderio.com.br
Imprensa Avelino Ribeiro – Tel.: 21- 9643-7937 avelinoandresa@ig.com.br


“Voila, Caxias! para sempre
Liberté, Egalité, Fraternité,
Merci beaucoup, Brésil!
Não tem de quê”





Justificativa do Enredo



No carnaval de 2009 o G.R.E.S. Acadêmicos do Grande Rio fará uma homenagem ao ano da França no Brasil. Para tal, nossa intenção é consolidar a relação fraterna entre esses dois países que, ao longo da história, sempre tiveram uma relação próxima, preponderante, entre outras coisas, para a construção da identidade do Brasil como Nação. Os últimos anos, quer seja nas artes, ciência, tecnologia, educação ou na cultura em geral provam que a França sempre se fez presente em nosso país.

Em 2005, foi comemorado o Ano do Brasil na França e nós brasileiros fomos homenageados com uma série de eventos e atividades culturais, que proporcionaram aos franceses o conhecimento, mesmo que de forma condensada, de nossa diversidade artística. Em 2009, Ano da França no Brasil, cabe a nós receber e exaltar as mais diversas atividades culturais e artísticas francesas, retribuindo igual homenagem, mostrando assim, sua importância aos brasileiros e renovando nossas ligações com esta Nação.

E nada melhor do que o carnaval, maior espetáculo da Terra, para ser palco dessa grande festa de confraternização. Sendo assim, a Grande Rio, através do enredo “Voila Caxias! Para sempre Liberté, Egalité, Fraternité, Merci Beaucoup Brésil! Não Tem de Quê!”, pretende enaltecer os vários anos da presença francesa no Brasil, justificando a reciprocidade existente entre estes dois países.



...O SOL QUE ILUMINA A CORTE...

Solte sua imaginação, pois a Grande Rio lhe convida a bailar! Entregue-se a essa inebriante festa de requinte, luxo e ostentação, da mais exuberante corte de todos os tempos, a Corte do Rei Sol. Os fogos de artifício iluminam os jardins de Versalhes! Prove dos melhores vinhos e champanhes desta corte, servidos nas taças do mais refinado cristal.

O cenário é o majestoso salão dos espelhos do Palais du Soleil! Neste salão de belezas ímpares, as imagens dos grandes personagens que marcaram a história da França se apresentam de forma atemporal num grande delírio lúdico. Observe Maria Antonieta e Luis XVI, madames como du Barry ou a de Pompadour. E como o grande anfitrião desta festa, Luis XIV, o rei que brilhava como o sol!

É nesse envolvente e fascinante “Bal Masqué” de reis e rainhas, duques e duquesas que nossa história vai começar! O girar dos espelhos do imponente salão faíscam não só os reflexos dos grandes lustres que o compõe, mas aproveitam também para nos abrir um portal para o encanto da desconhecida Terra Brasilis.




OS ENCANTOS DE UMA TERRA CHAMADA BRASIL...

...E a França se encantou pelo Brasil! Fato nada estranho já que por aqui fervilhava uma abundante e exuberante fauna e flora, como bem descreveu Jean Lérry. Seus escritos sobre o Brasil refletiram de maneira singular nossas belezas tropicais.

Seus olhos de certa forma foram os olhos da França e o primeiro encanto veio na travessia, com os cardumes de peixes que saíam do mar e se erguiam voando fora d’água! Em terra firme a beleza plumária e pictórica dos índios tupinambás seduziram seu olhar. As belas aves e o colorido dos frutos tropicais também contribuíram para esse encanto!

Não foi só o “esplendor natural” que causou encanto... A madeira usada para tingir era objeto de cobiça e muito renderia àqueles que pudessem obter o monopólio comercial desta árvore. Portanto, o escambo foi o meio encontrado para que, de um lado os franceses levassem o pau-brasil, e os índios, por sua vez, ganhassem espelhos e outras quinquilharias (colares, pentes e miçangas).

Além do encantamento com a beleza natural e com a possibilidade de lucros explorando o pau-brasil, a sensualidade de nossas índias tupinambás quase fez cair por terra o sonho da França em se estabelecer na nossa baía. A França Antártica por pouco não virou pesadelo!

Mesmo contendo algumas controvérsias, foi gostoso esse contato com o francês! Foi por causa dele que a cidade maravilhosa surgiu. A possibilidade de se perder território para Villegaignon fez com que o clã dos Sás expulsasse o “perigo” para longe. E assim sendo, depois da “saída à francesa”, a cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro foi fundada no dia 1º de março de 1565.



A LUZ DE UM NOVO TEMPO...

Esse contato entre França e Brasil rendeu lucros muito maiores do que aqueles meros “tostões” que a Coroa francesa lucrava com o contrabando do pau-brasil. As experiências de vida dos índios brasileiros cunharam, ainda que posteriormente, o terreno político da França e serviram de base para a Revolução Francesa, ou seja, a liberdade, a igualdade e a fraternidade dos nossos tupinambás se transformaram, através dos ensaios de Montaigne, no lema Liberté, Egalité e Fraternité dos sans culottes, que não eram índios!

Os devaneios de uma excêntrica rainha, somados aos privilégios de um clero secular fizeram surgir o descontentamento de uma esfera social, o dito 3º estado francês composto, em sua maior parte, pelo povo e pela ascendente burguesia. Estes se rebelaram contra os tais privilégios e assim se fez a Revolução!

A Revolução Francesa irradiou-se como “fachos de luminosidade” que refletiram de certa forma em outros lugares. Mesmo que, num primeiro momento, essa irradiação não tenha sido suficiente para deflagrar movimentos arrebatadores como o de 14 de julho de 1789, ao menos serviu para mostrar que as coisas poderiam mudar, ou que estavam em processo de mudanças. Na região das Minas Gerais do século XVIII, a “luminosidade revolucionária” inspirou a Conjuração Mineira, que buscava uma mudança na ordem interna da província. Na Bahia de Todos os Santos, os ideais revolucionários da França foram absorvidos pelas classes mais populares. A Conjuração Baiana, ou Revolta dos Alfaiates, agregou em torno das idéias de igualdade, uma massa de destituídos de direitos: ex-escravos, soldados, alfaiates e outros mais. Esses foram os reflexos da Revolução Francesa no Brasil, onde os ideais de liberdade guiaram o povo, tal como retratou, numa sublime inspiração, Eugéne Delacroix.




ARTE COMO MISSÃO...

A Revolução Francesa e seus desdobramentos fizeram com que uma grande leva de artistas, totalmente sem ambiente de trabalho em solo pátrio, migrasse para outros lugares levando em sua bagagem as novas tendências artísticas do século XIX, o Neoclassicismo.

Esta mesma Revolução foi a responsável também por tirar de seu território, uma corte inteira! D. João se transferiu para o Brasil, trazendo consigo toda uma corte com seus hábitos, costumes e tendências, que por sua vez, não encontrariam um ambiente favorável na colônia. O destino começou a conspirar a favor desses ditos “destituídos de pátria”. D. João recebeu de portas abertas a Missão Artística Francesa, em terras brasileiras. Agora o novo reino passaria a ter requinte e os artistas teriam muito que retratar!

Em território tropical desembarcaram, entre outros artistas, escultores, arquitetos e pintores, em especial Jean-Baptiste Debret. Ele soube, com seus pincéis, matizar muito bem a essência mulata dessa colônia tropical. De suas telas só não foi possível captar os sons dessa corte mestiça na América, a primeira e única da história mundial! A arte missionária dos franceses fez florescer no Brasil do século XIX, o gosto pelo requinte europeu. E, é a partir da missão francesa que os alicerces para a Escola de Belas Artes se configuraram, consolidando a base para a construção de uma arte mais nacional!



DA PARIS CARIOCA A ETERNA PARIS...

...O Rio de Janeiro do século XIX respirava Paris! E a Rua do Ouvidor, em especial, foi o centro deste exalar. Foi neste endereço que não só a moda, mas outros muitos hábitos parisienses se perpetuaram no dia-a-dia da cidade. Porém, se caso a presença francesa, na carioca Ouvidor não fosse capaz de saciar a vontade de muitos em estar em solo francês, restava ainda à possibilidade efêmera da imaginação! Imaginação esta que possibilitava àqueles que circulavam pelo reduto afrancesado na cidade, transpor um “arco” que os levariam à triunfante Paris!

E agora, na eterna Cidade luz, era possível deparar-se com seus inúmeros monumentos. No passeio, fazer uma pausa para o exercício da boa alimentação, aproveitar para devanear sobre os mais diversos assuntos nos charmosos cafés e em meio à profusão de cores desfocadas de um entardecer francês, perceber que a noite se aproxima. As luzes da noite em Paris são como um espetáculo à parte, que por si só, já valeria o passeio. E, sendo tudo isso fruto da imaginação de muitos, cabe ainda aproveitar da essência luxuriante dos cabarés parisienses, em especial da magia e esplendor do Moulin Rouge, que encanta e seduz pela instigante arquitetura de suas formas e pelos grandes espetáculos ali encenados.



“PASSOS” PARA O FUTURO...

A França, através de seus encantos, seduziu Pereira Passos e sua equipe de arquitetos, engenheiros e sanitaristas, a realizarem as reformas urbanísticas no Rio de Janeiro no linear século XX. Passos, então, Prefeito da Cidade, revolucionou a arquitetura da capital do Brasil.

A Belle Époque vestia com glamour e requinte a capital republicana. O Rio ganhava, então, ares europeus, mais precisamente ares franceses. Transitar na cidade era quase o mesmo que andar em Paris, haja vista a quantidade de ruas alargadas e boulevard construídos. Talvez a única diferença fosse que seria uma Paris mais acalorada. Não é a toa que o Rio de Janeiro na fase inicial da República era conhecido como a “Paris dos Trópicos”.

Um dos exemplos dessa influência é a construção do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, prédio totalmente inspirado na magnitude do Ópera de Paris que serviu para dar mais oportunidades artísticas e culturais a um nova classe burguesa que se formava na cidade.

Porém, não podemos esquecer que embora seduzidos pela França, nós brasileiros encantávamos os olhos do mundo através do advento da “máquina de voar”, tendo como cenário o solo francês. Sim, o 14 Bis de Santos Dumont estimulou a busca de novos caminhos para o desenvolvimento.

A França alça hoje, vôos bem maiores que aqueles do passado. “As flores de um maio” somadas ao universo intelectual composto de renomados ícones, despertaram a atenção do mundo inteiro e mostraram a evolução desta promissora nação que a partir de então passou a buscar incessantemente novas tecnologias, aprimoramentos científicos e conceitos arquitetônicos mais ousados, servindo de inspiração e auxilio para muitas outras nações.




VOILA, CAXIAS...



É chegado o momento da grande confraternização. Peguemos nossa bandeira tricolor e rumemos à grande Praça de La Concorde do samba, a Marquês de Sapucaí. Não existe lugar mais apropriado para comemorarmos essa união entre França e Brasil, que se delineou desde os primórdios da nossa existência, quando os franceses aqui chegaram. Misturemos nossa bandeira tricolor com a não menos tricolor bandeira francesa para que assim possamos criar a bandeira da união destes povos, distintos em muitos aspectos; porém unidos pelo sentimento maior da liberdade e igualdade!

Vamos lá Caxias, rumo à vitória! Inspiremos-nos nos revolucionários de Marselha que defenderam a Revolução, para assim lutarmos por nosso lugar no pódio do samba! Que os acordes dos grandes triunfos franceses de outrora mesclem-se ao nosso ritmo contagiante e crie uma ode à exaltação!

Abram alas, pois a festa vai começar. E nada como o carnaval para selar essa união, até porque na França também se faz carnaval! Sapucaí e Nice se entrelaçam num espetáculo de flores, confetes e luzes! Mascarados franceses de mãos dadas com a ginga brasileira atravessam esta avenida e juntos nesse corso da folia festejam essa tão antiga e promissora relação!

No ano da França no Brasil cabe a nós caxienses, e acima de tudo, brasileiros, nos encarregarmos da homenagem a este país que muito nos inspirou com idéias, formas e hábitos. Fica aqui a certeza que muitos outros anos virão! Seja na França ou no Brasil, e com eles a cada dia se perpetuará a fraternidade entre estas duas nações!




Vive La France! Viva o Brasil!







Carnavalesco: Cahê Rodrigues
Colaboração e pesquisa: Hiram Araújo



confira o sanba enredo 2009



vila isabel
Presidente Wilson Vieira Alves
Quadra Boulevard Vinte e Oito de Setembro, nº 382 - Vila Isabel - Rio de Janeiro - RJ - CEP 20551-031
Telefone Quadra (21) 2578-0077 / 2578-4120
Barracão Cidade do Samba (Barracão nº 05) - Rua Rivadávia Correa, nº 60 - Gamboa - CEP: 20.220-290
Telefone Barracão (21) 2263-3937
E-mail do Barracão barracaodavila@globo.com
Carnavalesco Alex de Souza e Paulo Barros
Enredo "Neste palco da folia, é minha Vila que anuncia: Theatro Municipal - A centenária Maravilha".
Cores Azul e branco
Internet www.gresunidosdevilaisabel.com.br
Imprensa Jean Claudio
Tel.: (21) 2235-3020 / Cel.: 7841-4027
Nextel: ID - 24*30479
vilaisabel@1alinha.com.br
jeanclaudio@1alinha.com.br

Neste palco da folia,
é minha Vila que anuncia:
“Theatro Municipal - A
centenária maravilha”




Muito prazer. Meu nome é João Paulo Emílio Cristóvão dos Santos Coelho Barreto. Mas fiquei conhecido mesmo pelo meu pseudônimo: João do Rio, o mais carioca dos cariocas. Fui escritor e cronista, com passagem por importantes jornais como O País e a Gazeta de Notícias. Fui romancista, e publiquei diversos livros, sendo por isso convidado para assumir uma cadeira na Academia Brasileira de Letras. Fui autor de diversas peças de teatro e presidente da Sociedade Brasileira de Autores Teatrais. Mas, a minha grande paixão era perambular pelas ruas da cidade, como um flâneur, para poder compreender a sua verdadeira “alma encantadora”.

Vivi num momento muito especial dessa metrópole nacional, quando ela ainda era a capital federal. Governava o país o Sr. Rodrigues Alves e era desejo seu transformar a cidade na capital do progresso. Para isso, escolheu o Sr. Pereira Passos como prefeito do Distrito Federal (1902-1906), lhe dando a missão de transformar a cidade do Rio de Janeiro num cenário que mostrasse aos olhos do país inteiro e aos olhos do mundo que a República trouxera, de fato, tempos novos. O Rio deveria ser transformado numa espécie de cartão-postal da era moderna que a República pretendia trazer para o país.

Aquele foi um momento decisivo. A cidade mantinha aspectos ainda do período colonial, com ruas estreitas, iluminações precárias e mal cheirosas, e aquele casario que formava “um agrupamento de telhados mais ou menos pombalinos, feio, sujo e torto”. Visando então alterar esse cenário, o presidente e o prefeito deram início ao conjunto de obras que transformariam o Rio de Janeiro, cidade colonial, numa cidade moderna. O velho centro sofreu uma série de modificações que se assentaram na remodelação e ampliação do porto, higienização, saneamento, assim como na abertura de avenidas, praças e jardins.

E teve início o “bota-abaixo” ordenado pelo prefeito demolidor, um “Haussmann Tropical”. A capital da República virou uma loucura! A cidade parecia um grande canteiro de obras. Tudo mudava. As velhas casas da capital vinham abaixo. No lugar delas, um imenso boulevard parisiense rasgou o centro da cidade, a Avenida Central, arrasando quarteirões e mais quarteirões, derrubando os cortiços, destruindo os quiosques e desalojando a moradia e a diversão da população pobre da cidade. Muitos diziam que o barulho das demolições era um hino triunfal ao progresso.

O Rio civiliza-se!!!! A construção da grande avenida fez surgir uma nova paisagem. Por ela andavam homens trajando paletós de casimira clara e usando chapéu de palha, acompanhados de senhoras finamente vestidas com toaletes de nítida inspiração parisiense, desfrutavam os tempos eufóricos da Belle Époque. A “boa sociedade” carioca, depois de um agradável passeio pela nova avenida, dirigia-se para a Cavet ou para a Colombo para conversarem em francês, tomarem chá, ou se deleitarem com finos vinhos e iguarias da cuisine française.

Fachadas e prédios eram erguidos como símbolo do cosmopolitismo e da modernidade. E, foi então, na febre das edificações, que o prefeito Pereira Passos pensou na construção de um grande teatro, sonho do comediógrafo Arthur Azevedo, que tanto clamou pela criação de uma companhia teatral nacional, subvencionada pela Prefeitura Municipal, nos moldes da Comédie-Française.

Nada mais belo do que aquele que foi a inspiração máxima da arquitetura francesa em nossa cidade: o prédio do Theatro Municipal, uma réplica menor do teatro Ópera de Paris, em estilo eclético. Um verdadeiro símbolo da modernidade em pleno centro do Rio de Janeiro. O sonho de transformar a capital da República numa “Europa possível” concretizava-se.

Aberta a concorrência pública para a apresentação dos projetos para a construção do edifício, dois empataram. Eram os de codinome Isadora e Aquilla. Este último pseudônimo ocultava a figura de Francisco de Oliveira Passos, filho do prefeito, cujo projeto, após sofrer algumas modificações foi o escolhido. Mas, a Revolta da Vacina, que transformou as ruas do centro da cidade num verdadeiro caldeirão social, não permitiu que as obras se iniciassem imediatamente.

Inaugurado a 14 de julho de 1909, data das comemorações do dia nacional francês, a nova casa de espetáculos coroava o Rio de Janeiro numa vitrine da cidade moderna. Aquela noite foi inesquecível para todos os cariocas!!! Eu estava lá!!!

A estréia foi aberta com o hino nacional brasileiro cantado de pé por todo o público presente. A seguir, ouvimos de Olavo Bilac, um dos maiores poetas brasileiros, o discurso inaugural. Logo imediatamente, assistimos a apresentação de duas óperas nacionais: Moema e Insônia. Além da comédia em um ato, Bonança.

No ano de 1910 resolveu-se encenar Aída, de Verdi. Um espetáculo memorável, com aqueles cenários e figurinos deslumbrantes do Egito Antigo!!! Essa foi a primeira das grandes óperas encenadas no Municipal, a primeira de tantas outras que fariam história naquele palco nacional.

Não podemos nos esquecer dos grandes concertos desta casa. No início, as companhias e orquestras estrangeiras, especialmente as italianas e francesas, eram as que se apresentavam. Com a criação da Orquestra Sinfônica Municipal do Rio de Janeiro, em 1931, passamos a ter a apresentação de um acorde genuinamente nacional, com grandes apresentações, desde um Villa-Lobos a um Francisco Mignone e pela voz da “la piccola brasiliana” Bidú Sayão.

Os mais célebres espetáculos de ballet foram apresentados de forma memorável naquele palco. A companhia Ballets Russes, com o espetacular Nijinsky, foi uma das primeiras a se apresentar. A pioneira para a criação de uma escola de dança do Brasil sediada no próprio Teatro foi Maria Olenewa. Desse marco fundador em diante, um repertório de grandes bailarinos tem se destacado na dança brasileira. Inovadora foi a atuação de Mercedes Batista, a primeira bailarina negra do Municipal, que uniu a formação erudita do ballet clássico com a cultura negra, criando o ballet afro.

As mais relevantes companhias nacionais de teatro, com as nossas grandes estrelas, subiram ao palco do Municipal, aprendendo e ensinando a representar. Lá estreou a peça que revolucionou nosso teatro, Vestido de Noiva, do sempre lembrado Nelson Rodrigues, dirigida por Ziembinski, com cenários do primeiro cenógrafo moderno brasileiro, Santa Rosa. Revolucionária também foi a montagem de Orfeu da Conceição, de Vinícius de Moraes e músicas de Tom Jobim (formando uma dupla que fez nascer aí o embrião da bossa nova). A peça foi interpretada somente por atores negros, cujo protagonista foi Haroldo Costa; os cenários eram de Oscar Niemeyer.

Ah, o carnaval!!! Eu falei o carnaval!!! O Municipal e o carnaval sempre estiveram bem juntinhos. Os primeiros seis grandes bailes de máscaras foram realizados no Salão Assirius, restaurante que já foi Museu dos Teatros e até cabaré onde se apresentou Pixinguinha, do grupo Os Oito Batutas. O local mais excitante do Municipal, uma obra magnífica inspirada na arte persa!!! Mas, o primeiro baile oficial só aconteceu em 1932. Deslumbrantes foram os concursos de fantasias que revelaram grandes nomes de destaques para o carnaval carioca. Fatos marcantes e personagens lendárias da cidade ficaram registrados na história desses grandes eventos carnavalescos.

A tríade de carnavalescos “Fernando Pamplona, Arlindo Rodrigues e Joãozinho Trinta” foi responsável pelas mais belas decorações de carnaval do teatro, assim como por cenários e figurinos de óperas e ballets. Eles também foram os “revolucionários” da estética do desfile das Escolas de Samba, emprestando a sua formação erudita para engrandecer a maior festa popular do mundo. Sua arte ninguém jamais se esquecerá!!!

Patrimônio carioca, onde o erudito e o popular se cruzam, o Theatro Municipal está completando cem anos. Essa maravilha do Rio é um produto máximo da nossa cultura. Eu, João do Rio, que vivi o início de tudo, despeço-me de todos vocês, acreditando ter cumprido a missão de apresentar o centenário dessa casa de espetáculos genuinamente carioca. Vamos comemorar e por deveras de pé aplaudir. Com a Unidos de Vila Isabel, que presta essa homenagem, um forte brado, numa só voz exaltar: BRAVO! BRAVO! BRAVO!




Carnavalescos: Alex de Sousa & Paulo Barros

Autores do enredo: Alex Varela (historiador) & Alex de Souza



GLOSSÁRIO:


Flâneur – Pessoa que passeia ociosamente, no caso, perambula, registrando tudo o que vê.

Haussmann – Barão Georges-Eugène Haussmann (1809-1891), prefeito de Paris, responsável pela reforma urbana da cidade entre 1853 a 1870, tornando-se referência mundial. A reforma urbanística da cidade do Rio de Janeiro empreendida pelo prefeito Pereira Passos teve como modelo a da cidade parisiense executada por Haussmann.

Cuisine française – Expressão que faz referência à culinária francesa.

Comédie-Française, ou Théâtre-Français – Único teatro estatal francês, e um dos poucos que têm uma companhia permanente de atores.

“Revolta da Vacina” – Movimento de protesto popular, ocorrido na cidade do Rio de Janeiro em novembro de 1904, contra a lei de vacinação obrigatória para acabar com a varíola proposta pelo médico sanitarista Oswaldo Cruz (1872-1917), então Diretor Geral de Saúde Pública da Capital Federal. O movimento conseguiu que o presidente Rodrigues Alves revogasse a lei que tornava a vacina obrigatória e autorizou que os institutos de vacinação imunizassem apenas os que desejassem.

Nijinsky – Vaslav Nijinsky (1890-1950) foi um dos maiores gênios da dança de todos os tempos.

confira o sanba enredo 2009



mocidade independente
Presidente Paulo Vianna
Quadra Rua Coronel Tamarindo, 38 - Padre Miguel - Rio de Janeiro - RJ - CEP 21870-000
Telefone Quadra (21) 3332-5823
Barracão Cidade do Samba (Barracão nº 10) - Rua Rivadávia Correa, nº 60 - Gamboa - CEP: 20.220-290
Telefone Barracão (21) 2516-3215
Carnavalesco Cláudio Cavalcanti
Enredo A Mocidade apresenta: Clube Literário - Machado de Assis e Guimarães Rosa... Estrelas em poesia!

Cores Verde e branca
Internet www.mocidadeindependente.com.br
Imprensa Enildo do Rosário (Viola); Tels.:: (21) 7842-7972 / 9924-3599





“A Mocidade apresenta:
Clube Literário – Machado de Assis e
Guimarães Rosa... Estrelas em poesia!”




A Academia Brasileira de Letras é, antes de tudo, a casa da memória. Apesar do prestígio que alcançou – fato único para uma instituição cultural – na sociedade brasileira, apesar da maciça programação de conferências, cursos, publicações, concertos, artes cênicas, que oferece ao público em todas as áreas do conhecimento e da sensibilidade, a sua maior missão e característica é a preservação da memória intelectual brasileira, sem a qual ela não seria a dispensadora daquela “glória que fica, eleva, honra e consola” de que falava Machado de Assis em texto célebre.

O presente ano, tão rico em efemérides, tem para esta Casa a importância única de ser o do centenário da morte do seu patrono e um de seus fundadores, Joaquim Maria Machado de Assis. A Academia Brasileira de Letras é, por antonomásia, a Casa de Machado de Assis, como a Academia Francesa é a Casa de Richelieu, e, sob este aspecto, ela nasceu sob um signo mais exclusivamente literário do que aquela na qual se espelhou.

Em pouco mais de um ano, de junho de 1908 a agosto de 1909, ocorreram três datas máximas na história da prosa no Brasil, uma de júbilo e as outras duas lutuosas, que são, respectivamente, o nascimento de João Guimarães Rosa, o falecimento de Machado de Assis e a morte trágica e precoce de Euclides da Cunha. Entre as duas se situa a despedida do grande mestre do Cosme Velho, deixando-nos uma obra vasta e magistral, marca de uma existência plenamente cumprida, para além de todas as dificuldades, uma existência que significa a vitória do gênio e do esforço humanos, grande exemplo moral que nos legou, juntamente com a obra, o maior escritor brasileiro de seu século.

Cícero Sandroni
Presidente da Academia Brasileira de Letras




PRELÚDIO (1º ATO): “O NASCIMENTO DA ESTRELA MÍSTICA LITERÁRIA”

Os inconfundíveis versos dessa estrela que brilha de uma fusão incandescente viajam em um tempo luzente, riscam o céu com a mesma intensidade de uma estrela cadente e iluminam a nossa querida Mocidade Independente.

Renascem em um sonho acordado e promovem a fusão de três corpos iluminados, que surgem no universo de uma explosão, resistindo ao calor da fricção. E em uma velocidade estonteante cruzam, para além do cosmo, a caminho do planeta Terra.

Com a força do tempo, os corpos iluminados vindos do firmamento − a Estrela da Mocidade Independente de Padre Miguel, Joaquim Maria Machado de Assis e João Guimarães Rosa − chegam, sob encantamento, ao encontro mágico e universal chamado Carnaval.

Fundem-se em uma só estrela, em um único foco de luz que irradia alegria, como se o astro rei, o Sol, fosse a sua única fonte de energia; orquestram-se em uma ópera popular, desfolhando-se em literatura, poesia, história e fantasia, que em forma de samba tudo se traduz. A estrela de luz da Mocidade nos conduz ao Clube Literário Machado de Assis e Guimarães Rosa... Estrelas em poesia!


Abram-se as cortinas... Aplausos!


Em uma celebração sem igual, a Mocidade Independente de Padre Miguel narra esta ópera inspirada em Joaquim Maria Machado de Assis e João Guimarães Rosa e apresenta o enredo do seu samba na seqüência de sete ATOS:



2º ATO: “MACHADO DE ASSIS – SUA VIDA EM VERSO E PROSA”

Machado de Assis é personificado em verso e prosa. Encanta-nos fazendo da literatura sua batuta. À frente de seu tempo tudo via, tudo lia, tudo sentia, e com autodidatismo a vida lhe presentearia... Lendo, o encanto toma conta dos olhos, como em Memórias Póstumas de seu personagem, Machado ressurge das páginas da história de sua própria vida e nasce em 21 de junho de 1839: pobre, no morro do Livramento, filho de uma lavadeira portuguesa (Dona Maria Leopoldina Machado de Assis) e de um pintor de paredes mulato (Francisco José de Assis). O destino do menino Joaquim Maria não prometia muito.

Todo o período que medeia a morte de sua mãe, quando de seus 6 anos de idade, e a sua estréia literária, aos 15, é extremamente obscuro. Diz-se que foi caixeiro por poucos dias, não se adaptando ao comércio; sacristão da igreja da Lampadosa e que, com uma doceira francesa, aprendeu o francês, fatos todos que podem ser perfeitamente verídicos, mas que infelizmente não deixaram traço documental. O importante é que nesses anos obscuros, e que, ao que tudo indica, assim permanecerão, os olhos de menino do morro do Livramento começaram agudamente a esmiuçar o universo, a vida, os homens e suas misérias.

Mas a determinação e a paixão pelo conhecimento, de quem não tivera sequer acesso à escola regular, fizeram dele um dia MACHADO DE ASSIS – o maior escritor do país. A genialidade do jovem Joaquim Maria Machado de Assis desponta com o avançar do tempo. Supera com absoluta discrição todos os obstáculos físicos e sociais (ele era epilético, gago, mestiço). Em 3 de outubro de 1854, escreveu seu primeiro poema, o soneto “À Ilma. Sra. D. P. J. A”, obra ainda canhestra saída na Marmota Fluminense. A este se seguiu, com a data de 6 de janeiro de 1855, outro intitulado A palmeira.

Contudo, possivelmente com profundo orgulho renovado, via o adolescente um outro trabalho seu publicado, com o seu último sobrenome em letra de forma, o poema “Ela”, saído na mesma Marmota Fluminense de Francisco de Paula Brito, e que assim principiava:




“Seus olhos que brilham tanto
Que prendem tão doce encanto,
Que prendem um casto amor
Onde com rara beleza,
Se esmerou a natureza com meiguice e com primor”





Memória do Largo do Rossio...

O centro da vida literária carioca durante a juventude de Machado de Assis ficava no Largo do Rossio, ou praça da Aclamação, a atual praça Tiradentes. Na década de 60 do século XIX, era na praça, na loja de Paula Brito – editor, livreiro, poeta e jornalista, proprietário da Tipografia Dois de Dezembro −, o ponto de reunião preferido dos homens de letras e dos aspirantes a tanto. Nestes encontros, dos quais sairia a célebre Sociedade Petalógica, pontificavam nomes já consagrados como Laurindo Rabelo, o Poeta Lagartixa; Joaquim Manuel de Macedo, autor de A moreninha; Melo Morais Filho, autor de Os Ciganos; Manuel Antônio de Almeida, autor de Memórias de um sargento de milícias; entre muitos outros. A esse grupo se uniu o jovem Joaquim Maria Machado de Assis, assim como um poeta fluminense de mesma idade, Casimiro de Abreu. Desse local, na imediata vizinhança do maior teatro da Corte, o São Pedro de Alcântara – onde hoje é o Teatro João Caetano –, Machado de Assis se lançou no caminho sem volta das letras, nos periódicos, nos palcos e, sobretudo, nos livros.




Machado de Assis desperta em um tempo imortal. Sentado à mesa diante de inúmeros livros, no interior do Real Gabinete Português, folheia suas obras e segue regendo o enredo do nosso Carnaval.





3º ATO: O CRONISTA E O LITERATO – “OBRAS MACHADIANAS”


O escritor busca inspiração nas ações rotineiras do homem.

Com gênero híbrido entre o jornalismo e a literatura, a crônica foi utilizada por Machado de Assis, O Bruxo do Cosme Velho, como meio para se comunicar com os seus leitores durante a segunda metade do século XIX. Ao longo de sua trajetória como jornalista, que incluiu a passagem por vários jornais, entre eles, o Correio Mercantil e a Imprensa Oficial, Machado de Assis escreveu sobre sua própria atividade, diagnosticando problemas e sugerindo soluções para uma adequada atuação da imprensa, utilizando-se de histórias cotidianas à época.

A crônica O jornal e o livro, de 10 e 12/1/1859, demarca a noção do jovem Machado em relação ao papel do jornalismo como formador de opinião e promotor da liberdade de expressão do homem comum:



[...] O jornal é a verdadeira forma da república do pensamento. É a locomotiva intelectual, em viagem para mundos desconhecidos, é a literatura comum, universal, altamente democrática, reproduzida todos os dias, levando em si a frescura das idéias e fogo das convicções (MACHADO DE ASSIS, 1997, p. 945, 948).



“O jornal é a liberdade, é o povo, é a consciência, é a esperança, é o trabalho, é a civilização.” Machado de Assis



Machado, atuando como cronista em um período de transição entre a imprensa política e a jornalística, já revelava a importância do sensacionalismo como integrante que fundamenta o produto final da notícia. Nesse sentido, a crítica machadiana é a forma sensacionalista de fazer jornalismo, é a grande locomotiva intelectual praticada até os dias de hoje e que fez de Machado de Assis um mestre que revolucionou a escrita da imprensa brasileira ao longo dos anos.

A cada poema, crônica, frase, um dissabor. Ora extraído da dor, ora preenchido com a docilidade do seu criador. Carlos Drummond de Andrade homenageia este grande escritor, publicando um poema

“A um bruxo, com amor”.


As Obras...


“Machado de Assis não é um capítulo na história literária do Brasil. É um capítulo na história literária do mundo.”

Machado é o homem das letras. E tal era a sua superioridade mental, a sua ilustração, a beleza do seu estilo fulgurante, que não tardou muito a ser considerado mestre no meio literário brasileiro. Polígrafo consumado, foi dos maiores romancistas do país, grande poeta, contista quase insuperável, crítico sagaz, admirável cronista e teatrólogo.

Deste então a obra de Machado de Assis abrange, praticamente, todos os gêneros literários. Na poesia, inicia com o Romantismo de “Crisálidas” (1864) e “Falenas” (1870), passando pelo Indianismo em “Americanas” (1875), e o Parnasianismo em “Ocidentais” (1880-1897). Paralelamente, apareciam as coletâneas de Contos fluminenses (1870) e Histórias da meia-noite (1873); os romances Ressurreição (1872), A mão e a luva (1874), Helena (1876) e Iaiá Garcia (1878), todos considerados representativos de seu período romântico.

A partir daí, Machado de Assis entrou na grande fase das obras-primas, que fogem a qualquer denominação de escola literária e que o tornaram o maior escritor das letras brasileiras e um dos maiores autores da literatura de língua portuguesa: Memórias póstumas de Brás Cubas (1881); Quincas Borba (1891); Dom Casmurro (1899); Esaú e Jacó (1904).

Toda a maior e mais característica obra machadiana é, portanto, obra da plena maturidade, nascida a partir dos 40 anos, e isso em todos os gêneros, inclusive na poesia. Nesse pouco mais de um quarto de século o mestre do Cosme Velho criou os cinco memoráveis “grandes romances” de sua carreira e diversos contos imortais como A chinela turca, Teoria do medalhão, A igreja do diabo, Cantiga de esponsais, Noite de almirante, Conto de escola, A cartomante, Uns braços, Entre os santos, A desejada das gentes, Um homem célebre, O caso da vara ou a Missa do Galo, entre tantos e tantos outros, além de enriquecer a galeria de personagens da literatura brasileira com tipos inesquecíveis como Brás Cubas, Quincas Borba, Rubião, Bentião e Capitu.

A visão de Nelida Piñon, em “Dom Casmurro”, identifica uma sucessão de narrativas de primeira pessoa, portanto com a responsabilidade tímida e hesitante da primeira pessoa. Segundo ela, a maravilha desse romance é a ambigüidade, afirmando que essa é que é a magia da obra de Machado. “Machado é contemporâneo, porque ele dá margem às dúvidas humanas, às inquietações, às indagações, às perguntas”. Conclui.

Parece mágico, seus livros, contos, romances e até suas crônicas “mudam com a idade”, com o nosso momento de vida. Ler Machado é algo que se pode pensar em fazer até para ver como ele “acompanha” e “evolui” através dos tempos junto conosco. Por fim parece que os textos de Machado não ficam inertes – como os melhores vinhos em garrafas – fechados nos livros. Eles se remexem e se transformam, como se fossem entidades, seres – semelhantes a nós – vivos.

E esse autor, nada recatado, tão ciente de sua intimidade, até teve o descuido de deixar sua obra aberta: seus próprios livros!




Ao se ler Machado, é possível olhar e ver em cada canto da alegoria seus personagens renascerem; então, o

Velho Bruxo oficializa: é formalista, mas estende

à sua obra mais uma conquista:

a de ser jornalista e cronista.




4º ATO: CLUBE LITERÁRIO BEETHOVEN: TEATRO E MÚSICA – “O SARAU”

“Clube Literário Beethoven era uma sociedade restrita, que fazia os seus saraus íntimos em uma casa do Catete. Pouco a pouco, foi se desenvolvendo. Até que um dia, mudou de sede e foi para a Glória. O salão do fundo, tão vasto como o da frente, servia aos concertos e enchia-se de uma porção de homens de várias nações, várias línguas, vários empregos.”

Recorda a tradição. No Clube Literário se reunia a “boêmia intelectual”. Um espaço freqüentado somente por homens cultos: literatos, músicos, teatrólogos, poetas, cronistas, jornalistas, “jogadores” ou simplesmente “boêmios”. Tudo vida, sem engano, entre muitas alegrias, conversas e infinitas trocas de experiências, ouviam longuíssimos concertos, recitavam poesias, cantavam, bebericavam em lembrança de seus eternos casos de amor e jogavam xadrez como símbolo do “saber”.

“Meu bom xadrez, meu querido xadrez. Imagem da anarquia, onde a rainha come o peão, o peão come o bispo, o bispo come o cavalo, o cavalo come a rainha, e todos comem a todos. Graciosa anarquia. Tudo isso sem rodas que andem, urnas que falem.”

Mas é no interior do Clube Beethoven, principal “sociedade musical” da Corte de então, que o autor de Dom Casmurro, freqüentador assíduo, e tantos outros escritores externavam suas paixões pelo teatro e pela música.

Machado de Assis, além de ter sido membro e censor do Conservatório Dramático Brasileiro, como teatrólogo escreveu ao menos quatro peças e traduziu duas outras. Entre elas estão: Hoje avental, amanhã luva, O caminho da porta, Os deuses de casaca e Tu, só tu, puro amor. No que diz respeito à música, dois de seus mais belos contos, Cantiga de esponsais e Um homem célebre, têm a música como argumento central, metonímia de toda a arte, embora o tema primordial que os domine seja o da frustração pelo irrealizado anelo da criação.

Contudo, a fusão das duas artes – teatro e música – embasa o conteúdo de histórias e anedotas dos freqüentadores do “Clube Literário Beethoven”, como esta que expomos a seguir, envolvendo jovens estudantes e literatos.

“O canto lírico, por exemplo, não poderia deixar indiferente Machado de Assis, que foi confessadamente um dos devotos de Augusta Candiani, cantora milanesa que fez furor nos palcos do Rio de Janeiro a partir de 1840. Em certa ocasião, como era de praxe no período dos extravasamentos românticos, os estudantes e outros jovens, após uma récita da diva, desatrelaram os cavalos de sua carruagem e a levaram eles próprios a seu destino. Machado de Assis, que tantos viriam a falsamente considerar como casmurro e misantropo em sua maturidade, foi um dos cavalos da Candiani”.




5º ATO: UMA ESTRELA ADORMECE – NASCE “O ROSA DOS VENTOS”


Adormece uma grande estrela e nasce a mais nova estrela na literatura moderna brasileira.

Daqui a pouco será crepúsculo. O sol, em fins de tarde de outono, estará brilhando morno sobre o Rio de Janeiro. Irá bater com sua luz nas janelas fechadas de um prédio antigo, no Cosme Velho. Ninguém o atenderá, porque o dono da casa, viúvo e solitário, saiu para um último passeio e não vai voltar. A estrela de Machado adormeceu!

Em um rastro de luz Machado de Assis faz a passagem para a imortalidade, como uma estrela que adormece, nos seios de sua eterna e amada Carolina, e que nunca se apagará... Contudo, como em uma explosão cósmica, surge uma nova estrela. Ressalta das páginas da história o nascimento de João Guimarães Rosa – Rosa de todos os ventos, o Rosa de Minas e o Rosa do mundo.

Lisonjeado, Guimarães

apresenta os seus Brasis, segue encantado,

como um “literato abençoado”

que na folia chega pra dar o seu recado.



Nasce João Guimarães Rosa

Em 27 de junho de 1908, filho de Floduardo Pinto Rosa, pequeno comerciante na cidade mineira de Codisburgo (que significa a cidade do coração), e de Francisca Guimarães Rosa, a dona Chiquitinha.

Quando na infância, Joãozinho gostava de estudar sozinho e brincar de geografia... Mas o tempo bom de verdade só começou com a conquista de algum isolamento, com a segurança de poder fechar-se em um quarto e trancar a porta. Deitar no chão e imaginar estórias, poemas, romances, botando todo mundo conhecido como personagem, misturando as melhores coisas vistas e ouvidas (Discutindo Literatura, p. 8).

Conta-se que João lia, quando ainda criança, ritmando a leitura, hábito que conservou por toda a sua vida.

“Sua posição predileta para leitura era sentado no chão, de pernas cruzadas, ao modo de Buda, com o livro aberto sobre as pernas, curvado até bem próximo deste e com dois pauzinhos nas mãos, batendo sobre as páginas, ora um, depois o outro, compassadamente, em ritmo variado, ligeiro ou mais lento, conforme a leitura movesse o pensamento”.

Estudioso e atento às conversas (aos causos) dos sertanejos que passavam pela venda de seu pai... Aprendeu as primeiras letras com mestre Candinho e francês com frei Esteves. O menino foi para Belo Horizonte em 1918, onde se matriculou no famoso colégio Arnaldo.

João, que estudava por sua conta línguas e histórias naturais, tornou-se um poliglota.

“Falo português, alemão, francês, espanhol, italiano, esperanto, russo... Leio sueco, holandês, latim e grego. Entendo alguns dialetos alemães. Estudei a gramática do húngaro, do árabe, do sânscrito, do lituânio, do polonês, do tupi, do hebraico, do japonês, do checo, do finlandês, do dinamarquês e outras. Estudar o espírito e o mecanismo de outras línguas ajuda muito à compreensão mais profunda do idioma nacional.”

(Trecho da entrevista de Guimarães Rosa concedida ao alemão Gunter Lorenz).

Ingressou na Faculdade de Medicina e manteve o interesse pela literatura. Em 1929, venceu, com o conto “O mistério de Heghmore Hall”, um concurso da revista O Cruzeiro e o publicou em julho do mesmo ano. Era a estréia literária do autor.

“Para o poeta Guimarães Rosa tudo começa na palavra. Desde a criação das coisas e dos seres. E nós nos distinguimos pelo uso que dela fazemos. O homem é a sua linguagem. Palavras aproximam ou separam. Por palavras senso e sensibilidade se medem, definem e estimulam.

O próprio pensamento é a palavra escondida.

Está no Gênesis que, por divino comando o primeiro homem dialogava com o Criador e deu o nome às coisas vistas. Depois, “na terra não havia se não uma mesma língua e um mesmo modo de falar”.

Unidos pela força da palavra igual, crescendo em vaidade, espalharam-se os homens pela Terra, quando lhes foi exposta – como castigo – a separação das línguas. Babel. A unidade rompida. A incompreensão.

As palavras reúnem e também separam.”



6º ATO: DO MÉDICO DAS ALMAS AO ESCRITOR: CONTISTA E ROMANCISTA


O médico das almas: o místico

João Guimarães Rosa formou-se em medicina na Faculdade de Minas Gerais, com apenas 16 anos. Segundo colega de turma, Dr. Ismael de Farias, no velório de um estudante vitimado pela febre amarela, em 1926, teria Guimarães Rosa dito a famosa frase “As pessoas não morrem, ficam encantadas”, que seria repetida 41 anos depois por ocasião de sua posse na Academia Brasileira de Letras.

Guimarães vai exercer sua profissão de médico em Itaguara, pequena cidade que pertence ao município de Itaúna, Minas Gerais, onde permaneceu por dois anos. Seu relacionamento com a comunidade, com os “raizeiros” e os “receitadores”, fez ser reconhecida sua importância no atendimento aos pobres e marginalizados, a ponto de se tornar grande amigo de um deles, Monoel Rodrigues de Carvalho, mais conhecido por seu “Nequinha”, que morava no Grotão, enfurnado entre morros, em um lugar conhecido por Sanrandi, onde Guimarães colheu matéria-prima para o seu primeiro livro Sagarana, lançado em 1946.


Os Ciganos

Valendo-se da ajuda de um amigo, que fazia as vezes de intermediário, o jovem médico procurou aproximar-se daquela “gente estranha”; uma vez conseguida a almejada aproximação, passava horas envolvido em conversas com os “calões” na “língua disgramada” que eles falavam. Como diria mais tarde, Manoel Fulô, protagonista do conto Corpo fechado de Sagarana, que resolveu viajar no meio da ciganada por amor de aprender as mamparras de lá deles.

Também em Faraó e na Água do rio, contos do livro Tutaméia, Guimarães Rosa refere-se com especial carinho a essa gente errante, com seu peculiar modus vivendi, seu temperamento artístico, sua magia e sua artimanha.



A superstição e o misticismo

A superstição e o misticismo acompanhariam o escritor por toda a vida. Ele acreditava na força da lua, respeitava curandeiros, feitiços, a umbanda, a quimbanda e o kardecismo. Dizia que pessoas, casas e cidades possuíam fluidos positivos e negativos que influenciavam as emoções, os sentimentos e a saúde de seres humanos e animais.

Em 1934, Guimarães se desiludiu com a profissão: “Não nasci para isso”, escreveu para um amigo, enviando-lhe uma carta. Na ocasião, João Guimarães Rosa prestou concurso para o Itamaraty e iniciou a carreira diplomática. Posteriormente, foi designado para o posto de cônsul adjunto do Brasil em Hamburgo. Em maio de 1938, o jovem diplomata toma o navio para a Alemanha. Na gênesis da Segunda Guerra Mundial, uma convergência de tempo e espaço o colocaram no olho do furacão do maior acontecimento do século XX. A atividade de Guimarães Rosa no Consulado Geral em Hamburgo em favor dos judeus perseguidos seria um exemplo não de ação política, pois a ação política era o nazismo, mais sim de ação diplomática. Aqui encontramos a concepção platônica da justiça − a harmonia dos elementos naturais de um todo, sem excesso de nenhum sobre o outro.

É a esse totalitarismo que ele se refere quando Lorenz lhe perguntou sobre sua atividade em Hamburgo em favor dos judeus perseguidos pelo nazismo. “Eu, homem do sertão, não posso presenciar injustiças”.




O Reconhecimento

Em reconhecimento a essa atitude, o diplomata e sua mulher foram homenageados em Israel, em abril de 1985, com a mais alta distinção que os judeus prestam aos estrangeiros: o nome do casal foi dado às encostas que dão acesso a Jerusalém.



O escritor: contista e romancista

“A língua e Eu somos um casal de amantes que procriam apaixonadamente.” João Guimarães Rosa

Dedicou-se à diplomacia e, fundamentalmente, as suas crenças descritas em sua obra literária. Fenômeno da literatura brasileira, Rosa começou a escrever aos 38 anos. O autor, com seus experimentos lingüísticos, sua técnica e seu mundo ficcional renovou o romance brasileiro, concedendo-lhe caminho até então inéditos. Sua obra se impôs não apenas no Brasil, mas alcançou o mundo, tornando-o uma grande estrela literária.

João: um escritor cuja formação foi profundamente marcada pela experiência de mediação entre dois mundos, ou entre dois modos de vida, um rural e tradicional e outro urbano e moderno. A mistura programática destes saberes faz da obra de Rosa um espaço permanente de negociação entre a modernidade urbana e a cultura tradicional – oral das comunidades rurais, ou de articulação do espírito de vanguarda e o interesse no regional, o que, superando o dualismo resulta em uma mescla de formas cultas e populares: arcaísmos, neologismos, regionalismos e estrangeirismos. Foi também sofisticado leitor de uma gama extensa de assuntos: zoologia, religião, literatura, filosofia e pintura.



Principais Obras

Sagarana (1946), uma inédita força lírica, um sopro épico inigualável, traz o “sertão mineiro”, civilização do couro do nosso interior, para o primeiro plano da ficção nacional, tema literário que aparentemente se esgotara nas mãos de Afonso Arinos ou de Hugo de Carvalho Ramos.

Corpo de baile (1956) reúne um extenso conjunto de novelas que, atualmente são publicadas em três partes: Manuelzão e Miguilim, No Urubuquaquá, no Pinhém; e Noite do sertão.

Grande sertão: veredas (1956), seu primeiro e único romance de ressonâncias épicas que alçará o sertão brasileiro ao mais alto plano da expressão universal.


A força sem paralelos dessas obras, a sua visceral e inesperada inventividade lingüística, mobilizaram todos os recursos possíveis da língua portuguesa.




7º ATO: O VAQUEIRO JOÃO NAS TRILHAS DO GRANDE SERTÃO

A linguagem Rosiana consegue ser, a um só tempo, regional e universal, presente e atemporal, popular e erudita, mesclando, no papel, a genialidade do diplomata poliglota e do indivíduo que andava pelos grotões do sertão munido de seu caderninho, anotando os “causos” que posteriormente poderiam vir a compor sua obra. O sertão explorado por Rosa não é o sertão nordestino retratado nos romances regionalistas. Trata-se do sertão mineiro, familiar ao escritor, marcado não pela aridez, mas pela abundância.

Em Grande sertão: veredas, um dos romances mais ricos e complexos da literatura universal, assistimos à narração de Riobaldo que, anos depois, conta a um interlocutor as suas aventuras do tempo de jagunço. Em um texto que trabalha simultaneamente com experiência e com memória, assistimos a uma reelaboração, realizada pelo protagonista-narrador, das dúvidas e angústias que lhe assolam a existência. Trata-se de um texto universal, na medida em que as questões levantadas são as mesmas com as quais o homem se defronta desde o início dos tempos.

“Nonada. Tiros que o senhor ouviu foram de briga de homem não, Deus esteja. O senhor ri certas risadas... Olhe: quando é tiro de verdade, primeiro a cachorrada pega a latir, instantaneamente – depois, então, se vai ver se deu mortos. O senhor tolere, isto é o sertão. Uns querem que não seja: que situado sertão é por campos-gerais a fora a dentro, eles dizem, fim de rumo, terras altas, demais do Urucaia. Toleima. Para os de Corinto e do Curvelo, então o aqui não é dito sertão? Ah, que tem maior! Lugar sertão se divulga: é onde os pastos carecem de fechos; onde um pode torar dez, quinze léguas, sem topar com casa de morador; e onde um criminoso vive seu cristo-jesus, arredado do arrocho de autoridade. O Urucuia vem dos montões oestes. O gerais corre em volta. Esses gerais são sem tamanho. Enfim, cada um o que quer aprova, o senhor sabe: pão ou pães, é questão de opiniões... O sertão está em toda parte”

João Guimarães Rosa.

Liberdade à bondade de Deus. Há sobreposição das várias lutas: a luta pela sobrevivência; a luta pela sua própria emancipação; a luta contra o mistério do mal; e pelo sentido da vida. O sertão Rosiano tem sincretismo religioso. Tem caboclo, tem romaria sertaneja. Tem um povo que tem fé. Que crê em Nossa Senhora como forma de união e clama por sua benção para fazer chover no nosso sertão.

O sertão aceita todos os nomes: aqui é os Gerais, lá é o Chapadão, lá acolá é a Caatinga. As Veredas do Sertão é o cenário onde se dá a travessia, onde o homem conquista sua maioridade, onde se decide sobre o bem e o mal. Como a travessia do vaqueiro João Guimarães Rosa, pelo sertão, montado na “mula balalaika”, intitulando-se vaqueiro-amador.

Rosa acompanha, em 1952, a travessia da boiada da Sirga até a fazenda São Francisco – uma trajetória de dez dias em um percurso de 40 léguas. Preocupado em registrar suas descobertas, revela, no seu encontro, a sua face de etnógrafo, interessado não apenas na cartografia da região, mas, sobretudo, na cultura dos boiadeiros e sertanejos que viriam povoar sua obra.

“Quando escrevo, repito o que já vivi antes. E para estas duas vidas, um léxico só não é suficiente. Em outras palavras, gostaria de ser crocodilo vivendo no Rio São Francisco. Gostaria de ser um crocodilo porque amo os grandes rios, pois são profundos como a alma de um homem. Na superfície são muito vivazes e claros, mas nas profundezas são tranqüilos e escuros como o sofrimento dos homens.” - João Guimarães Rosa

8º ATO: ESTRELAS EM POESIA...


Rio de Janeiro é a cidade do samba, é o celeiro de bambas... A celebração irradia quando a estrela de luz que nos guia ilumina a nossa Velha-Guarda, que traz os “academicistas do samba” e a Avenida contagia.

O brilho das estrelas em poesia é acreditar na força que elas têm, desvendando seus mistérios, e aí então deixar que suas luzes entrem alma adentro. Carregar as estrelas seja como conduzir um candeeiro, para que, onde quer que se vá, longe, alto, possam os outros perceber a claridade.

Celebramos “à volta” dos corpos iluminados ao universo cósmico. Machado de Assis e Guimarães Rosa deixam-nos um grande legado: suas obras literárias, poesias, contos e fantasias... Os academicistas do samba: a nossa Velha-Guarda, sob o manto verde e branco despede-se desses grandes mestres da literatura nacional, que para sempre brilharão em nossas vidas.

A Estrela de Machado Vive;
A Estrela de Guimarães brilha;
A Estrela da Mocidade nos conduz...
E apresenta: Clube Literário Machado de Assis e Guimarães Rosa... Estrelas em poesia!

Fecham as cortinas!

Aplausos!


Carnavalesco e desenvolvimento do enredo: Cláudio Cavalcante

Autores: Cláudio Cavalcante e Armênio T. Graça

Pesquisa e texto: Marcos Roza

Agradecimentos especiais: Cícero Sandroni (presidente da Academia Brasileira de Letras); Alexei Bueno (curador da exposição “Machado Vive”  ABL); Anselmo Maciel (projeto e execução da exposição “Machado Vive” – ABL) e todos os acadêmicos da ABL que contribuíram com textos e depoimentos para a composição deste enredo.

Colaboradores: Wilker J. Leite Filho (diretor artístico – Mocidade); José Luiz Azevedo (diretor técnico de Carnaval – Mocidade).


confira o sanba enredo 2009



beija-flor de NILÓPOLIS
Presidente de Honra ANIZ ABRAHÃO DAVID
Presidente FARID ABRÃO DAVID
Quadra Rua Pracinha Wallace Paes Leme, 1025 - Nilópolis - RJ - Cep: 26.050-032
Telefone Quadra (21) 2791-2866
Barracão Cidade do Samba (Barracão nº 11) - Rua Rivadávia Correa, nº 60 - Gamboa - CEP: 20.220-290
Telefone Barracão (21) 2233-5889
Carnavalescos Alexandre Louzada, Fran-Sérgio, Laíla, e Ubiratan Silva
Enredo "No chuveiro da alegria, quem banha o corpo lava a alma na folia".

Cores Azul e branca
Internet www.beija-flor.com.br
Atendimento à Imprensa Hilton Abi Rihan
beija-flor@grupointernet.com.br
telefone: (21) 2233-5889


Diretor de Carnaval – Laíla
Diretor de Harmonia – Laíla
Intérprete – Neguinho da Beija-Flor
Mestres de Bateria – Plínio e Paulinho
Rainha de Bateria – Rayssa Oliveira
MS – Claudinho
PB – Selmynha Sorriso
Comissão de Frente – Gislaine Cavalcante

confira o sanba enredo 2009


é não perca amanhã o restante das escolas de sanba do rio sendo elas:unidos da tijuca,porto da pedra,salgueiro,imperatriz,portela,magueira é viradouro.