Numa típica tarde quente do Rio de Janeiro, o mais novo vencedor do "Big Brother Brasil", Maximiliano Porto, o Max, recebeu o Babado para um bate-papo. O carioca, que tentava participar do programa desde a sua primeira edição, fala sobre a morte da avó e do "diz-que-diz" sobre a sua sexualidade.
Babado: Qual foi a sua maior surpresa aqui fora?
Max: Uma coisa que me surpreendeu foi a questão do favoritismo. Eu não fazia ideia de que era tão favorito. Nos primeiros dias, nas primeiras semanas de confinamento, eu já era apontado como “o favorito” e até saí na capa de uma revista! Eu não tinha ideia disso...
Babado: Você achava que não duraria no reality show?
Max: Eu não sabia se as pessoas entenderiam a minha postura de “jogador”. Fiquei nove anos tentando entrar na casa e, quando finalmente consegui, quis levar a sério. É a mesma coisa de você estudar anos para o vestibular e, quando entra na faculdade, percebe que tem aqueles que só vão beber e outros que querem estudar mesmo. Eu poderia ter ficado na moita, mas não sou assim, tanto que na primeira semana eu disse: “Estou aqui para jogar. Não vou ser desleal com ninguém, mas sou um jogador mesmo”.
Babado: Tendo em vista a divisão do confinamento entre os lados “a” e “b”, você sentiu algum tipo de hostilidade do público?
Max: Não senti hostilidade, pelo contrário, todo mundo me parabenizou pelo fato de eu ter assumido uma postura. Mas agora eu tenho uma nova visão, acho que não se discute religião, política, futebol... e Big Brother! É uma questão de paixão, cada um tem a sua opinião. Quem gosta, gosta, quem não gosta, não gosta.
Babado: Fora da casa, boatos davam conta de que você poderia ser gay, como encara isso?
Max: Eu sempre soube lidar muito bem com essa história de desconfiança e sou um cara muito bem resolvido. As pessoas a quem eu devo alguma coisa - Fran, minha família e amigos - sabem que isso é a maior bobagem, uma perda de tempo. As pessoas querem polemizar, mas isso é uma grande perda de tempo.
Babado: Mas você e Flávio ficaram muito próximos...
Max: O Flávio é um irmão. As pessoas tendem a “maldar”. Eu sempre fui fraternal, sempre beijei meus amigos e meus irmãos, nunca tive vergonha de demonstrar meu amor e meu carinho pelos meus amigos, e com o Flávio não foi diferente. Ele é de uma família italiana, a tradição deles também é essa. Nada a ver. Isso aí é tudo preconceito bobo.
Babado: O namoro com a Francine continua?
Max: Com certeza. Eu sempre levei muito a sério os meus compromissos, os meus relacionamentos. Nunca fui de “pegação” ou de “galinhagem”. A gente se gosta de verdade e a minha intenção é ficar junto com ela mesmo. Como eu sempre disse: relacionamento é uma via de mão dupla, eu vou fazer a minha parte e, enquanto ela estiver fazendo a dela, vamos continuar juntos.
Babado: E se ela for convidada para posar nua, você vai encarar numa boa?
Max: Tranquilamente. Vou apoiar. Se ela avaliar que é legal, quem sou eu para impedir ou para criticar?
Babado: Você posaria pelado?
Max: Não, e nem pintaram convites. Já ficou bem claro que não é a minha onda. Eu pretendo continuar trabalhando na minha área.
Babado: Vai tentar carreira na televisão?
Max: Eu nasci artista plástico e vou morrer assim. Não pretendo sair desse ramo e nem tenho pretensões de virar ator. Se quisesse, já teria me aplicado, já teria estudado... Eu tenho 30 anos e não sou nenhum menino, a minha época de investir nesse tipo de coisa já passou.
Babado: Já tem planos de como vai gastar esse dinheiro?
Max: A ideia é não gastar.
Babado: O que vai fazer com ele?
Max: Quero aplicar e viver da renda dele. Não sou um cara deslumbrado, não quero uma mansão ou um carrão, eu só quero viver bem. Eu estou milionário e, para continuar assim, o milhão tem que continuar lá. Se eu tirar R$ 1 da bolada, voltamos para a casa dos mil. Também tenho o sonho de comprar um imóvel, mas não desse milhão, ainda quero ver os trabalhos que vão pintar. Eu não tenho pressa.
Babado: Pretende fazer uma nova tatuagem?
Max: Sim, eu vou fazer mais uma. [Neste momento, Francine vira-se para ele e brinca: “Ele vai fazer o meu nome, ele vai escrever 'Francinize-se' em um dos braços"]. Eu tenho pretensão de “fechar” os dois ombros e, apesar do BBB ter marcado a minha vida, eu não faria uma tatuagem com a marca do programa.
Babado: Ana Carolina comentou, no “Domingão do Faustão”, que não gostou de você ter vencido o programa. Você ficou chateado com a declaração dela?
Max: A Ana tem todo o direito de estar se sentindo frustrada, chateada... é mais do que natural ela estar revoltada por não ter ganho. Nos bastidores do Faustão, eu fiz questão de falar com ela, mas ela me evitou.
Babado: Naiá também falou de você, disse que não valia nada.
Max: Foi uma declaração infeliz e agora cabe a ela administrar isso. Para mim, não mudou nada: o respeito que eu tinha por ela não mudou. Além do mais, isso não vai mudar o resultado do Big Brother. Não me afeta diretamente, estou feliz pra caramba e nada que eu venha a ouvir vai me chatear.
Babado: Como você encarou a decisão da sua família de não contar que sua avó havia morrido?
Max: Respeito a decisão da minha família e concordo que foi benéfico para mim, até porque o vídeo já tinha me dado um conforto. Se eu não tivesse recebido o vídeo, teria ficado um pouco chateado sim. [No confinamento, semanas antes de sua avó morrer, Max ficou emocionado ao assistir um vídeo no qual sua avó aparecia lúcida].
Max: Na ocasião, sua mãe disse que estava sendo pressionada a contar sobre a morte, e que o diretor Boninho queria vê-lo fora do programa.
Max: Estou por fora dessa polêmica e também não vou entrar nessa questão. Acredito que foi uma declaração passional da minha mãe. A gente tem que dar um pouco de crédito para ela, porque em um mês ela perdeu a mãe e viu um filho ganhando um prêmio milionário.
Max: O que passou na sua cabeça no momento em que o Pedro Bial anunciou o resultado final do BBB?
Max: Nada. Cabeça vazia total. Incrível, foi tudo em câmera lenta, não deu para processar nada.
Max: O Big Brother dá aos seus participantes apenas alguns momentos de fama, como vai lidar com um possível “esquecimento” do povo?
Max: De mais de 100 participantes, só dois ou três conseguiram sobressair e continuam na mídia. Seria muito ingênuo criar alguma expectativa quanto a isso. Não entrei para o BBB para me tornar famoso, a intenção era o desafio mesmo. Vou fazer “o meu” e o que acontecer será consequência.
Babado: Já fez planos para o futuro?
Max: A intenção é continuar na minha área. Quero, até o final do ano, tentar viabilizar uma exposição das minhas peças, dentro do projeto de minimins. Falta tempo para sentar e produzir algumas peças, mas espero conseguir até o fim do ano.